O SOM NOSSO DE CADA DIA (36)
SEPULTURA (BRA)
“ARISE” (1991)

Formada em 1984 pelos irmãos Cavalera, Max na guitarra e
Igor na batera, além de Wagner Lamounier (guitarra e voz) e, logo vindo
juntar-se a eles o baixista Paulo Jr, o Sepultura foi um dos precursores do
Metal Extremo nacional. Porém, Wagner logo sairia da banda pra montar o
Sarcófago. Max assumiria o vocal e para a segunda guitarra entraria Jairo
Guedez. Com essa formação lançam em 1985 o álbum Bestial Devastation, em
formato split, dividido com a banda Overdose em seu também debut Séc.XX (mais tarde, em 1990, Bestial Devastation seria
relançado sem a parceria, no formato de EP). No ano
seguinte lançariam o play Morbid Visions, outro excelente álbum, o ultimo dessa
formação onde a banda fazia um som mais puxado para o Death Metal. Já em
Schizophrenia, cultuado por muitos como a maior obra prima da banda, a
sonoridade estava bem mais puxando pro Thrash Metal convencional, com uma produção
e gravação melhores que as dos álbuns anteriores e a entrada de Andreas Kisser,
substituindo Jairo. O próximo passo seria o álbum Beneath the remais, onde a
banda estava realmente incorporando seu som mais característico, com destaque
para os hinos Mass hypnosis, Inner self e a faixa titulo, fodidaça. Esse álbum
também foi uma transição, do som que haviam feito no anterior, para o som que
fariam no posterior. Arise foi lançado em 1991 e o Sepultura estava ganhando o
mundo. Um peso extremo, riffs muito bem elaborados, Max cantando muito, e a
cozinha destruindo tudo que vinha pela frente, principalmente no que se refere
a bateria, Igor nessa época já figurava entre os grandes nomes do estilo. O que
fez alguns fãs torcerem o nariz para Arise (bem como para o Beneath...) é que a banda tinha desacelerado um
pouco o andamento de suas musicas, particularmente acho que isso não
influenciou muito na qualidade, e por outro lado, a banda ganhava muito em peso. Faixas como
Dead Embrionic Cells, Meaningless Movements e a faixa titulo logo tornaram-se
clássicos obrigatórios em shows da banda, assim como o cover para Orgasmatron,
do Motorhead. E, falando em shows, em nessa época fizeram uma apresentação memorável
em Barcelona (ESP), onde a banda demonstrava que estava muito afiada e com um
poder de fogo absurdo. Outro show que marcou época foi a apresentação na
segunda edição do Rock In Rio, ao lado de Judas Priest, Megadeth, Queensryche e
Guns n´roses. A banda excursionava pelo mundo e Arise logo tornou-se um clássico mundial do Thrash Metal e ajudou
a abrir portas para as bandas brasileiras seguirem o mesmo caminho. Após Arise
a banda começou a seu declínio, com muitas experimentações, inclusão de
elementos não característicos do Metal e mudanças significantes no line-up.
Coincidentemente, ou não, outras bandas que eram os figurões do Thrash Metal na
época também tiveram seus declínios nesse período, como Slayer, Kreator,
Metallica e vários outros. Algumas dessas bandas conseguiram retomar sua sonoridade
perdida, outras estão até hoje tentando e algumas nem fazem questão. Porém, até
hoje, Sepultura é referência lá fora no que se diz respeito ao Metal made in
Brazil. Goste ou não, Sepultura foi uma das principais bandas a divulgar nosso
Metal lá fora e isso é de merecer com certeza nosso respeito e agradecimento,
mesmo que depois tenham nos desagradado com seus sons mais novos, bom, pelo
menos aos que esperavam que mantivessem aquilo. Muitos gostam dos plays
posteriores, afinal, gosto é gosto e respeito isso, mas pra mim, a fase do ouro
da banda morreu no Arise.
Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=LVQSwqR_DEE
Download:
http://uloz.to/xViWToYt/sepultura-arise-by95-rar#download
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