O SOM NOSSO DE CADA DIA (37)
EXCITER
(CAN)
“LONG LIVE
THE LOUD” (1985)

A banda canadense Exciter, uma das precursoras do Speed
Metal, foi fundada em 1978, quando o guitarrista John Ricci, descontente com a
banda que havia montado no ano anterior, Hell Razor, resolveu convidar o
baterista e vocalista Dan Beehler e o baixista Alan Johnson, vindos da banda
Jet Black, para integrarem sua nova empreitada. Porém, decidiram continuar como
Hell Razor, até que em 1980 a
banda resolveu mudar o nome para Exciter, em homenagem a música de abertura do
play Stained Class, do Judas Priest. Em 1982 lançam seu primeiro registro, a
demo World War III, e mandam uma cópia para a Shrapnel Records, que incluem uma
de suas músicas na coletânea US Metal vol.II. Logo após, fecham um contrato com
a mesma gravadora e partem para as gravações de seu primeiro álbum, Heavy Metal
Maniac, lançado em 1983. Apesar de hoje ser considerado uma obra prima do Metal
e por muitos o melhor da banda, a repercursão não foi tão grande quanto o seu
valor. No ano seguinte assinam um contrato com a Megaforce Recs. e gravam sua
segunda obra, Violence and Force, onde começam a ganhar mais destaque, abrindo
show para o Anthrax e participando da turnê norte americana do Mercyful Fate. O
som destruidor do trio começava a repercutir no underground com maior força, e
logo estaria expandindo fronteiras e abrindo portas para a banda. E uma dessas
portas que se abriu foi a possibilidade de irem a Londres (ENG) para gravar o
terceiro petardo, Long Live the Loud, pela gravadora Music for Nations. Isso
feito, partem com o Accept em sua turnê européia e, logo depois, com o
Motorhead e Megadeth, fazendo show nos Estados Unidos. Enfim, o nome do Exciter
estava cravado com força no Metal, era impossível aquele som destruidor passar
batido, onde chegavam acarretavam mais e mais fãs, fazendo shows inesquecíveis
e por muitas vezes roubando a cena, mesmo sendo a simples ‘banda de abertura’.
Quanto ao álbum, Long Live the Loud, a principio desagradou alguns fãs mais
extremistas, já que o som dos dois primeiros era mais seco, direto e cru, com
muita proximidade do Thrash Metal, e em Long Live The Loud, a banda
apresentava um som um pouco mais complexo e com uma maior carga de melodia em
suas canções e maior influência do Metal mais tradicional. Continuavam pesados,
rápidos e destruidores, mas muitos estavam desconfiados que eles estariam num
caminho errado, “amaciando” o seu som.
Pura besteira. Long Live é um disco da mais pura perfeição. Abre com
Fall out, uma das mais incríveis introduções de discos que já ouvi na minha
vida, cria um clima espetacular para a destruição da faixa titulo e seus fortes
e poderosos refrões. O som continua destruidor e o vocal agudo e gritado de
Beehler continua em plena forma, impossível não ficar impressionado como aquele
animal conseguia destruir a bateria e cantar daquele jeito ao mesmo tempo, era
mesmo um pulmão de aço com uma garganta de ouro. Começam os riffs arrasadores
de Ricci e o prenuncio de mais uma destruição, I Am the Beast ( e quem duvida?
), mais retona, com refrão bem grudento e Beehler apavorando nas notas altas...
Destaque também pra o solo de guitarras de Ricci, perfeito. O começo carregadão
de Victims of Sacrifice nos induz a achar que eles estariam pisando no freio,
mas logo o bixo pega denovo, com Beehler e sua interminável garganta gritando
muito, além de continuar espancando a bateria com toda sua fúria, a guitarra
perfeita de Ricci e o baixo de Johnson muito bem executado e se destacando
muito. Mais uma introdução, agora mais breve, e a banda entra novamente
destruindo tudo com a clássica Beyond the Gates of Doom, um pouco mais
cadenciada, mas igualmente destruidora. Outro detalhe interessante, são os
refrões das músicas, geralmente bem empolgantes, com letras curtas e de fácil assimilação,
impossível não ficar ali gritando junto, e nessa música isso fica bem claro,
assim como na próxima, Sudden Impact e sua pegada bem Power Metal. Born to die
e sua melodia cativante é a próxima do play, outra bem embasada no Metal
Tradicional, mais cadenciada e com uma facilidade tremenda de grudar na mente e
não sair mais (deixe lá, nem precisa sair...). Para fechar, outra musica
sensacional, toda lentona e cheia de clima, com belas melodias e a melhor
participação de Beehler no vocal, uma musica extremamente viajante, Wake up Screaming (impossível não acordar e gritar numa hora dessas...). Uma música
épica para fechar com chave de ouro um disco que merece todos os elogios do
mundo, uma obra prima do Metal em seu mais puro e genuíno estado de composição
e execução, por um trio que estava muito bem afiado, inspirado e sabendo o que
queriam... Sem mais a dizer, apenas.... LONG LIVE THE LOUD!!!
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